O panorama das arboviroses no Brasil, a
microcefalia em Pernambuco e o zika como emergência mundial de saúde estão
entre os principais temas discutidos no Seminário Estadual de Vigilância e
Resposta às Arboviroses e suas Complicações, promovido pela Secretaria Estadual
de Saúde (SES), em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas),
instituição vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS). O encontro acontece
no Hotel Mercure, em Boa Viagem, nesta segunda e terça-feira (20 e 21/06), a
partir das 9h.
A mesa de abertura do evento contou com a presença
da consultora da Opas, Adriana Bacelar; do diretor do Departamento de
Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do
Ministério da Saúde, Eduardo Hage; além da secretária executiva de Atenção à
Saúde da SES, Cristina Mota; e da secretária executiva de Vigilância em Saúde
da SES, Luciana Albuquerque.
"Já estamos com assistência às gestantes e
também com serviços de reabilitação em nove das 12 Regionais de Saúde.
Esperamos que até agosto, Ouricuri, Goiana e Palmares estejam estruturadas para
receber esses pacientes. Com os seis mutirões que foram feitos, descartamos
muitos casos e faremos uma reavaliação das ações. Temos visto que muitos não
têm diagnóstico de microcefalia", comentou Cristina Mota.
Voltado para profissionais de vigilância em saúde e
profissionais de saúde que atuam em serviços municipais e estaduais, o evento
busca o compartilhamento de experiência entre as diversas áreas, além de
atualizações técnico científicas em relação a microcefalia e as arboviroses.
Além disso, gestores apresentarão experiências bem sucedidas no combate às
arboviroses e o Aedes aegypti.
"O evento foi programado para serviços de
saúde para que possamos atualizar os profissionais sobre a situação da
microcefalia e arboviroses e para compartilhar experiências exitosas de alguns
municípios. Ministério e OPAS trazem a situação no Brasil e no mundo",
disse Luciana Albuquerque.
Microcefalia em Pernambuco – Em outubro de 2015, a
Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi comunicada da ocorrência de 29 casos de
microcefalia em crianças nascidas a partir de agosto do mesmo ano. Esses casos
foram provenientes de diferentes unidades hospitalares, públicas e privadas,
com atendimento materno-infantil.
Em novembro de 2015, com base nos resultados
preliminares das investigações clínicas, epidemiológicas e laboratoriais, o
Ministério da Saúde reconheceu a relação entre o aumento na prevalência de
microcefalias no Brasil com a infecção pelo vírus Zika durante a gestação.
O estado de Pernambuco foi pioneiro na estruturação
de um sistema de vigilância para este evento inusitado em saúde pública, assim
como na organização da rede de atenção e acompanhamento das gestantes e
crianças com microcefalia.
No final do ano passado, Pernambuco contava com
duas instituições que atendiam as crianças com microcefalia – o Imip e a AACD
-, já que, historicamente, o Estado registrava cerca de 12 casos da malformação
por ano. Hoje, após pouco mais de 6 meses do início dos esforços, já são 23
unidades em todo o Estado que prestam algum tipo de atendimento relacionado à
microcefalia.
"Em outubro do ano passado, uma criança
precisava percorrer, em média, 420 quilômetros para ter um atendimento para
microcefalia. Atualmente, essa distância foi reduzida para, em média, 60
quilômetros de distância", ressalta o secretário Iran Costa.
Números de microcefalia - No período de 1º de agosto de 2015 a 11 de
junho de 2016, por meio da Plataforma CIEVS-PE, foram notificados à Secretaria
de Saúde do Estado de Pernambuco 1.999 casos de microcefalia. Desses 1.159
foram descartados e 366 confirmados.
Números das arboviroses - No período de 3 de janeiro a 11 de junho,
Pernambuco notificou 80.711 casos de dengue (17.791 confirmados), 35.538
de chikungunya (8.144 confirmados) e 10.319 de zika (23 confirmações).
